Qual é a transformação? Só pode uma.
O problema é o excesso de possibilidades.
Era um happy-hour para eu conhecer um possível cliente — não qualquer um, aquele que tem o potencial de mudar o seu negócio pelos próximos anos.
O cara era CFO (Chief Financial Officer) de um dos maiores e mais tradicionais bancos do Brasil. E fora isso, tinha mais umas 4 empresas B2C, ou seja, com produtos que chegavam até as pessoas como eu e você.
Quem estava nos apresentando era o filho dele que eu havia conhecido através de amigos de amigos. O cara conheceu meu trabalho, curtiu e queria que eu ajudasse o pai com os próximos passos de uma daquelas empresas B2C.
Mas nada deu certo. Ou melhor, eu perdi a oportunidade, porque não sabia enxergar o meu trabalho sob a ótica de quem precisa dele.
Naquela época eu ainda era um viciado na minha própria prática. Algo comum entre nós criativos — ficamos chapados com o próprio ofício e soltamos frases do tipo “Deus é designer” — não me entenda mal, eu acredito que Ele seja mesmo, mas é preciso autoconsciência para não deixar isso transbordar e nos afastar da realidade.
Olha só, o problema do criativo é o excesso de transformações.
Ter uma chance no mercado criativo depende da sua capacidade de produtizar suas habilidades — no caso, produtizar a criatividade.
Sabe, por que? Porque se você não faz isso, fica refém da ideia de vender a disciplina como um todo.
Quando você não tem clareza sobre a transformação que você entrega, você se vicía em vender a prática. Ou seja, vender o design.
Você passa a acreditar que um portfólio atualizado é o suficiente para que tudo dê certo. E, quando vai para uma reunião, não perde uma oportunidade de falar (e mostrar) o que você sabe fazer e aquilo que já fez.
Infelizmente, as pessoas só se interessam (e nem tanto assim) por suas habilidades depois que elas já entenderam que você pode entregar aquilo que elas buscam (a transformação).
E foi exatamente assim que eu perdi a oportunidade de trabalhar com o CFO. Eu foquei o papo do happy-hour naquilo que eu fazia.
Pra você ter uma ideia da gravidade, eu dado momento eu estava mostrando meu site e meus projetos no meu celular no meio da mesa.
Mas hoje, olhando pra trás e fazendo toda essa reflexão, eu entendo que o problema esteja no excesso de possibilidades — no excesso de transformações que o nosso trabalho pode gerar.
Porque a verdade é que nada acontece na economia sem o suporte do trabalho criativo. Não existe empresa sem comunicação. Não existe comunicação sem design.
Aí você une isso ao fato de profissionais criativos serem viciados no novo, terem bloqueio em “fechar portas” e medo de nichar sua oferta; você tem o ambiente perfeito para a proliferação de proposta genéricas e categorizadas.
Posicionamento categorizado é aquele onde não existe atributo de valor ou diferenciação, a promessa se basta na categoria, exemplo: “sou designer de marcas”, “designer de marcas autênticas”, “designer de identidade visual minimalista”.
Lembre-se, design gráfico, design de marca, identidade visual; tudo isso são insumos, são matéria-prima, são ferramentas. Isso não é o seu produto. Isso não é sua oferta.
Sua oferta deve ser baseada na transformação que você gera. O problema é que essas ferramentas podem gerar diversas transformações diferentes; que estão sendo buscadas por motivos diversos por perfis de pessoas diferentes.
E aí, pra não ter que passar por esse processo árduo de escolhas, você fica na média, com aquele posicionamento indiferente e categorizado: “sou designer de marcas e ajudo empresas a se conectarem com seus clientes de forma autêntica”.
Então, comece essa semana refletindo sobre, dentre tantas, qual a transformação que você vai escolher para ser a base da sua oferta?
Qual a transformação fará parte da sua promessa de posicionamento?
Em cima de qual transformação você irá construir o seu império?
Branding Quote
Ninguem se importa com o que voce sabe fazer, todos se importam com o que você pode fazer por eles.
Aproveitando o tema histórias que marcaram minha vida profissional, dia 04 vai rolar o Jogo por trás do portfólio, que é como estou chamando o evento de abertura do grupo Marcados.
Serão 3 dias de aula onde vou usar projetos que marcaram a minha carreira de 13 anos no mercado criativo, para contar os principais aprendizados que tive na transição de um freela que cobrava $600 para um consultor de marca que lidera projetos de 6 dígitos.
Terão diversas histórias como essa do happy-hour, e pra você participar é de graça.
Agenda
→ Terça, quarta e quinta-feira, as 08h
Live no Instagram: 🔵 EMBD → Nosso encontro matinal para tirar dúvidas sobre o mercado criativo
→ Terça-feira, 19h30
Aula ao vivo no Marcados Ⓜ️: aula semanal ao vivo (exclusivo para membros)
→ Qualquer dia da semana
YouTube: dois vídeos semanais
Ótima semana.
Lona.