Quanto vale o seu tempo?
Eu não sabia exatamente o que ele fazia, mas era um consultor muito conhecido. Sempre que me falavam dele, era com estima, muitos elogios e admiração. Eu estava em um evento para empresários da tecnologia, convidado por um cliente.
Juro que não lembro quem era esse cara. Mas lembro que foi a primeira vez que me deparei com a ideia de saber quanto valia realmente o meu tempo.
O consultor subiu no palco e disse que a hora dele valia R$ 5.000,00. Ele fez um cálculo a partir da meta de faturamento da sua consultoria naquele ano, dividindo pelo tempo que trabalhava semanalmente, até chegar nesse valor.
Confesso que, na hora, não entendi muito bem, mas essa ideia ficou comigo por anos. Para entender, precisei conhecer dois conceitos:
Lei de Parkinson (não é a síndrome): essa lei afirma que o trabalho tende a se expandir para preencher o tempo disponível.
Ou seja, se você tem 1 semana para entregar um projeto, vai usar essa semana inteira, nem um minuto a menos.
Corolário de Horstman: ele diz o contrário. Afirma que o trabalho se contrai para caber no tempo que você determina.
Em outras palavras, o tempo que você precisa para produzir é uma decisão sua. Se disser que vai fazer em uma semana, será assim; se disser que fará em uma hora, assim também será.
Pensa no seu dia
Você senta na sua mesa, abre o navegador no Behance ou outro site inspirador, coloca um som ou um vídeo na segunda tela, abre o email, WhatsApp no desktop, dá oi no Discord, abre o Adobe Cloud, coloca um caderno na mesa e, como se não bastasse, pega o celular para conferir uma notificação.
Depois de 3 horas, você olha para o relógio e manda mensagem no grupo dos amigos: “Hoje tá foda, não tô conseguindo produzir muito”. Alguém responde: “Relaxa, pega um café, segunda-feira é difícil mesmo.” E aí, você adiciona um estimulante à mistura de distrações.
Você não é multitarefa.
Sei que você já ouviu dizer que humanos são multitarefas, mas isso é um mito, uma ilusão criada para sustentar a ideia de hiperprodutividade em meio a uma vida com estímulos demais.
A neurociência explica que não é assim. Pense no seu cérebro como um computador com capacidade limitada de processamento. Quando empilha várias tarefas ao mesmo tempo, dilui essa capacidade entre elas. No fim, não faz nenhuma delas bem, mas o cansaço aparece do mesmo jeito.
Quando comecei no mercado de design, meus dias eram assim. Perdia quase toda a produtividade porque era refém dessa rotina descontrolada. Demorei para perceber o quanto de tempo estava desperdiçando.
O superpoder
Até que comecei a usar um método simples que me tirou da Lei de Parkinson e me colocou no Corolário de Horstman: Blocos de Tempo.
Passei a dividir meu dia em blocos de tempo dedicados às minhas funções principais como dono de um estúdio de design de marca. Onde meu tempo é mais importante? Executando projetos? Fazendo prospecção? Criando processos? Fazendo marketing?
Você nem imagina o superpoder de produtividade que tem dentro de você. Ele está escondido, mas está aí. Para acessá-lo, você precisa aprender a fazer sessões de Deep Work (trabalho focado).
Tire 1 hora para uma tarefa específica e, durante esse tempo, desligue todo o resto. Nada de notificações, redes sociais ou grupos de mensagens — só fone de ouvido e foco.
É inacreditável o que você consegue produzir em 60 minutos de foco total. Você vai se surpreender, assim como eu me surpreendi.
Por fim, divida sua agenda semanal em blocos de tempo para suas funções principais e preencha esses blocos com sessões de Deep Work.
Você vai perceber que precisa de muito menos tempo para fazer as mesmas coisas, e logo vai começar a ver os resultados dessa organização em vários aspectos da sua vida.
Branding Quote
Não importa se você acha que pode ou que não pode, você está certo.
— Henry Ford
Extra Curricular
Se você já assistiu às análises de projetos que faço ao vivo no meu canal, sabe a dificuldade de designers em escrever. Não, eu não estou falando de escrever textos complexos — tô falando de saber apresentar o próprio projeto.
Erros como “elogios retóricos”, excesso de “superlativos de grandeza”, são alguns exemplos de erros que designers cometem ao tentar contar a história de seus cases.
Recomendo com ênfase a leitura desta bíblia de como escrever bem e com intenção, Manual do CopyWriter, Robert W. Bly, — não é sobre uma escrita rebuscada, mas simples direta e coesa.
Agenda
→ Terça-feira, as 08h
Live no Instagram: 🔵 EMBD → Nosso encontro matinal sobre o mercado de design (sem gravação)
→ Quinta-feira, 15h
Ao vivo no YouTube: Análise de Projetos de Design de Marca
→ Qualquer dia da semana
YouTube: dois vídeos semanais
Ótima semana.
Lona